domingo, 23 de outubro de 2011

Até quando...

Vergonha. É o que hoje deveríamos sentir ao lembrar as reclamações que andamos fazendo pela vida. Como pudemos reclamar tanto por tão pouco?

TVs, jornais, revistas... Toda a mídia estampa: “Pai e filho, soterrados e lutando pela vida. O pai cavando debaixo da terra para conseguir se aproximar do filho, acolhendo-o, produzindo saliva e passando ao filho com a língua em sua boca, para mantê-lo hidratado. Depois, o contato com o lado de fora, e finalmente o resgate.”

Só a calma de Deus pode atuar dessa forma. Que feito incrível e divino! Assim como esse pai, outras pessoas se agarraram à chance que havia: a mão amiga, uma corda, um barco, um aviso. Porém, antes de qualquer coisa, se agarraram a Deus. Para chegar ao lado de fora, tiveram de passar pelo de dentro. Lá no fundo de suas almas buscaram a força divina, o seu Deus interior... E “ressuscitaram”.

No meio de tanta perda, de tanta desgraça, a notícia boa (como sempre) é a solidariedade. Gigantesca solidariedade. Infinita solidariedade. Porém, temporária: dura enquanto durar a desgraça. Depois nos esquecemos (também como sempre) uns dos outros. Não estou falando de nossos amigos ou familiares, mas dos outros – esses ilustres desconhecidos.

Até quando... Até quando os semelhantes ao nosso redor e o Deus dentro de nós serão temporários? Quantas perdas serão necessárias para que nos tornemos outro Universo, outro Planeta, outros países, outras cidades, outros EUS? Até quando, meu Deus?
Gerson Jorge

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